Sunday, October 23, 2016


[sangro em frases curtas no silêncio sufocante da distância, da solidão. em tempos os cortes , agora a agonia. não acaba nunca esta luta dentro da pele.]


Thursday, October 20, 2016

num assomo, de olhos postos no sofá e no eléctrico nocturno que decora a parede, percebo, finalmente, ser orfã de pais vivos, ou de colo que nunca chegou a ser. 
maracujá nascido e caído da figueira. a mesma que, ao fundo do quintal, tomba milímetros a cada ano que passa e só lembra o passado.

Saturday, October 15, 2016

Corri bastante mundo e aprendi que todos os sangues são bons e iguais, mas é por isso que a certa altura nos cansamos e procuramos criar raízes, arranjar uma terra, para que o nosso sangue valha e dure algo mais do que uma vulgar mudança de estação.



Cesare Pavese, A Lua e as Fogueiras​

Wednesday, October 05, 2016

shhhh...


[o cansaço da espera, do relatório detalhado, o cansaço da noite, do silêncio. da ausência de uma mão no ombro que o envolva num abraço, da solidão, da invisibilidade. cansaço da repetição, da tentativa, da ingenuidade para não enlouquecer. o cansaço de nunca descolar dos aeroportos. o cansaço do ontem, do hoje, sem nada que faça prever que o amanhã seja diferente.]

Sunday, October 02, 2016

Saturday, October 01, 2016

slow dance in her dreams

o silêncio alojado no espaço de um palmo que vai do externo à traqueia, é denso o filho da puta. escuro. engorda sugando a banalidade dos dias. a respiração superficial ajuda a lembrar como cresceu, o cabrão. a árvore frondosa do alheamento cresce rapidamente no substrato infértil de mim.