"queria soltar-te na forma de poema
mas não encontro palavras que te teçam as asas
que não se amedrontem perante a delicadeza melódica do teu sorriso
que se ergam sob o império dos teus olhos
e não se façam sombra.
mas não tenho mãos para te abraçar, ainda que fabulosamente,
– e todas as palavras são titanicamente indignas.
leio, ávido, eternidades na tua voz,
madrugadas quiméricas e legiões de anjos guardando-te,
florestas de opalas vertendo
sigo os teus passos fingindo não te adorar os gestos
as doçuras discretas
os jardins moleculares dançando-te nos dedos
sei que habitas num éden que não alcanço
mas não me sei impedir de te passar à porta."
Lima,
o orvalho da tua voz'
p.s. - obrigada pelas palavras, pelas melodias, e por tudo o resto.