Em ti existo enquanto personagem. Uma imagem criada pelo teu olhar inconstante, sem raízes no que disse ou escrevi, uma ideia de mim que interpretaste sem ver de facto. Não passaste da superfície, olhando-me com a retina deturpada dos fantasmas do passado que manietam e presumem o futuro. Talvez até tenhas tentado... e te tenhas distraído com o ruído dos teus próprios medos, ou pior, o ruído ensurdecedor das tuas certezas adquiridas no bingo do senso comum. Uma personagem cujo desassossego te prendia a atenção por segundos, o tempo de dizer "revejo-me em ti", nunca o tempo suficiente para olhar e ver que, afinal, um universo inteiro dentro. Nunca tempo bastante para ver que à tua frente tinhas gente e não uma entidade fictícia. Pele e sangue, não uma descrição de pele e sangue.
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