as mãos, os pés calçados de lua, olhos inchados
ele caminha
vinho, bebe vinho como os deuses
esquece os corpos que o povoam, ouve vozes
pressentem-se vozes
a cidade existe em ti, mas ele tocou outros frios
outros marulhares, o vento cortante doutras ruas
um insecto luminoso, um eco
folha de árvore arrastando-se na lama, cigarro que se extingue na humidade da memória doutros dias
caminha, resta-lhe perder a memória
esvaziar-se
Al Berto, O Medo, págs 117-118
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