She was gone, and the coldness of it was her final gift. She died somewhere in the dark... there is no other tale to tell.
The Road
Saturday, December 20, 2014
Thursday, December 04, 2014
won't we?
If you love me and I’m weak, then weaker you must love me more,
(...)
And in the morning we’ll wrestle and ruin our stomachs with coffee,
Won’t we be, won’t we be, won’t be so happy?
(...)
And in the morning we’ll wrestle and ruin our stomachs with coffee,
Won’t we be, won’t we be, won’t be so happy?
Bonnie 'Prince' Billy
Monday, November 24, 2014
as a reminder
We got empty tummies but it won't always be
One day it's gonna be quail and dumplings for we
Bonnie 'Prince' Billy
One day it's gonna be quail and dumplings for we
Bonnie 'Prince' Billy
Friday, November 14, 2014
aviso à navegação
Aos aproveitadores e aos que vêem nas contas de cêntimos uma borracha para o sentimento de culpa:
Ide-vos todos foder!
Ide-vos todos foder!
Friday, November 07, 2014
idiotas com pinças
Tornámo-nos dois idiotas que gerem equívocos com pinças. Desenvolvemos a fórmula, pesamos cada grama, mantemos o espaço impecavelmente estéril, como se a segurança do laboratório pudesse conter a explosão.
Saturday, November 01, 2014
A de amor, A de aquário
As perdas vivem-se na solidão. De nada lhe servem as parcas palavras que se conseguem articular. Nada o substituirá.
De fora assiste-se, de coração apertado, com a impotência de quem sabe que só o tempo lento vai tornar a dor mais suportável.
p.s. - abraço apertado em ti.
De fora assiste-se, de coração apertado, com a impotência de quem sabe que só o tempo lento vai tornar a dor mais suportável.
p.s. - abraço apertado em ti.
Friday, October 31, 2014
Thursday, October 30, 2014
Friday, October 24, 2014
Wednesday, October 15, 2014
herzschwanger. in erwartung.
Boreas
flaute. windstill.
Wann kommt der Wind der unsrer Worte Segel bläht ?
herzschwanger. in erwartung.
Wird es ein Südwind sein der uns nach Norden treibt?
kleine eiszeit. findlinge.
Oder bringt uns nur Boreas auf den Kurs den Wünschenswerten?
im nu.
Welche namelosen Anderen schon trägt der Sturm der uns jetzt fasst?
nur gletschergenossen
Ist es sicher, dass das Land in Sicht nicht noch Teil der Arktis ist?
thaw. unfreezing.
Will the dwindling ice bear our weight much longer?
calm. windless.
When comes the wind that billows our words' sails?
heart pregnant. in expectation.
Will it be a south wind that drives us to the north?
small ice age. foundlings.
Or will only Boreas get us on
the desired course?
in no time.
What nameless others does the storm which seizes us now already carry?
only glacier comrades
Is it certain that the land in sight is not part of the Arctic?
it's already taken so long...
Blixa Bargeld
[original:
tauwetter. schmelzfvorgänge.
Schwindet unter uns nicht allmählich das tragende Eis?flaute. windstill.
Wann kommt der Wind der unsrer Worte Segel bläht ?
herzschwanger. in erwartung.
Wird es ein Südwind sein der uns nach Norden treibt?
kleine eiszeit. findlinge.
Oder bringt uns nur Boreas auf den Kurs den Wünschenswerten?
im nu.
Welche namelosen Anderen schon trägt der Sturm der uns jetzt fasst?
nur gletschergenossen
Ist es sicher, dass das Land in Sicht nicht noch Teil der Arktis ist?
es dauert doch so lange schon...]
Wednesday, October 08, 2014
"Only to find everything had grown"
I am a cinematographer
I am a cinematographer
O, I am a cinematographer
O, I am a cinematographer
And I walked away from New York city
And I walked away from everything that's good
And I walked away from everything I leaned on
Only to find it's made of wood, made of wood
And I was a big ol' bear once
O, I was a big ol' bear once
O, I was a big ol' bear once
O, I was a big ol' bear once
And I walked away from California
And I walked away from everything that's shown
And I walked away from everything I lived for
Only to find everything had grown, everything had grown
Now, I am a cinematographer
O, I am a cinematographer
O, I am a cinematographer
O, I am a cinematographer
If you were alone
You could walk away from Louisville alone
Bonnie 'Prince' Billy
Wednesday, October 01, 2014
note to self
Não! Não quero! Não é este o sonho.
[pensa ela enquanto o conformismo, disfarçado de responsabilidade, ganha terreno... e toma o lugar da fluidez de movimentos, dos pés leves da dança.]
[pensa ela enquanto o conformismo, disfarçado de responsabilidade, ganha terreno... e toma o lugar da fluidez de movimentos, dos pés leves da dança.]
Saturday, September 27, 2014
Thursday, September 18, 2014
Doppelgänger
[Honestly, it's not what it appears to be
But only memories that ain't got shit to do with you]
Saturday, September 06, 2014
Friday, September 05, 2014
Thursday, September 04, 2014
Wednesday, September 03, 2014
beware
When you can't find your heart but your body keeps moving
When you can't tell your life apart from your dreams
Follow the lights into the valley
Gently respond to the pull of a string
Jason Webley
When you can't tell your life apart from your dreams
Follow the lights into the valley
Gently respond to the pull of a string
Jason Webley
Friday, August 08, 2014
43
We know that nothing else for us is possible
Bonnie 'Prince' Billy
[o meu exemplo de respeito, partilha e companheirismo dura há 43 anos!]
Bonnie 'Prince' Billy
[o meu exemplo de respeito, partilha e companheirismo dura há 43 anos!]
Sunday, July 27, 2014
Don’t wanna fall into your eyes again
Don’t wanna lose myself into this light
I could be the one to die in pain
Don’t wanna fall into this trap again
Don’t wanna lose myself into this fight
I could be the one to die in pain
But if you hold me tight
I’ll kiss you all night
Oh do you love me after all?
Woodkid
nothing adds up
Qohen Leth: Nothing adds up.
Joby: No. You've got it backwards, Qohen. Everything adds up to nothing, that's the point.
Qohen Leth: What's the point?
Joby: Exactly. What's the point of anything?
The Zero Theorem
[Terry Gilliam]
Joby: No. You've got it backwards, Qohen. Everything adds up to nothing, that's the point.
Qohen Leth: What's the point?
Joby: Exactly. What's the point of anything?
The Zero Theorem
[Terry Gilliam]
Saturday, July 26, 2014
Friday, July 25, 2014
Saturday, July 19, 2014
Monday, July 07, 2014
Sunday, July 06, 2014
Saturday, July 05, 2014
Friday, July 04, 2014
Tuesday, July 01, 2014
Saturday, June 28, 2014
Tuesday, June 24, 2014
Thursday, June 19, 2014
Wednesday, June 18, 2014
Dias tépidos, revolta mansa
A uma escritura de distância de te transformares em nada. É curioso que sejam as formalidades legais a conferir-te uma existência...
Sunday, June 15, 2014
Wednesday, June 11, 2014
Friday, June 06, 2014
Sunday, June 01, 2014
Wednesday, May 28, 2014
Saturday, May 24, 2014
Sunday, May 18, 2014
da mágoa
Thought I had a dream once
Don't remember what
Your voice cut straight through me
Right down to my bones
Like a winter's wind it
Knocked out my soul
Thought I had some time here
Left my watch at home
Thought I had ideas once
But they were all on loan
Thought I conquered something
Then it took me down
What I thought I heard clearly
It wasn't sound
Thought I felt your heartbeat
It was just my counting
Angel Olsen [...]
Don't remember what
Your voice cut straight through me
Right down to my bones
Like a winter's wind it
Knocked out my soul
Thought I had some time here
Left my watch at home
Thought I had ideas once
But they were all on loan
Thought I conquered something
Then it took me down
What I thought I heard clearly
It wasn't sound
Thought I felt your heartbeat
It was just my counting
Angel Olsen [...]
os meus amigos não são aqueles para quem fui tudo até ao momento em que passei a ser nada, não são aqueles que me abandonaram quando deixei de lhes ser útil, os meus amigos não são aqueles com quem partilhei segredos e que, anos mais tarde, quando nos cruzamos por acaso, nem sei se hei-de cumprimentá-los.
José Luís Peixoto, Aquilo que os meus amigos esperam de mim, Visão nº 1103
Saturday, May 17, 2014
Canícula sem fim
O tempo alonga-se, lento, muito lento numa espera em que parece não ter fim. Imenso, seco, sem o ânimo de uma nuvem o horizonte dissipa-se movediço, sob a inclemência abrasadora do sol, não se vê vivalma. O pó que tenho entranhado nos poros mistura-se com o suor, engelhando-me a pele numa peganhenta camada de sujidade viscosa. Sorvo um pouco de água a tentar mitigar a sede que me corrói, e sinto amansar o ardimento dos lábios gretados pelo calor. Nos rostos duros que me rodeiam, de traços rigídos, e vincados, como se esculpidos em pedra, e dos olhares gélidos que me dirigem, percebo uma tensão crescente, mas ninguém quer dar parte fraca. Todos resistimos à aridez da demora na mais completa quietude, sem distrações, aproveitando as parcas sombras existentes para nos resguardarmos do lume solar. E continuamos a perscrutar permanentemente o horizonte à cata do ínfimo movimento, mas tirando o zumbido das moscas varejeiras, não se passa nada. É o tédio absoluto a cozer-nos em banho-maria, até à morte.
Adolfo Luxúria Canibal, Estilhaços Cinemáticos
Friday, May 16, 2014
Poesia como forma de colocar a afetividade em modo de pensamento e o pensamento em modo de afetividade. Como se sentir pudesse ser mansamente diminuído (ou aumentado) de forma a que não chegue ao grito, mas sim à sensata observação. Sentir para perceber melhor, não para gritar melhor.
Ironia, portanto, como modo de diminuir o disforme que há no grito e na excitação; dor e prazer transformados em verso que, dois metros acima desse solo que dói e tem prazer, diz: ali em baixo dói-me e tenho prazer, porém eu, aqui, enquanto verso, estou dois metros acima (pelo menos). Eis a ironia: o verso está a uma distância segura dessa vida sempre inseguríssima e por vezes parva - outras vezes excelentíssima, mas sempre incontrolável.
Gonçalo M. Tavares, Vasco Graça Moura, poesia, Visão nº 1106
Tuesday, May 13, 2014
Saturday, May 10, 2014
Friday, May 09, 2014
Também eu quero tirar de vós o que guardais de mais primitivo, o gesto gratuito e ainda não contaminado. Eu quero escolhas guiadas pela inspiração do desejo, falhas de tino e de provento. Os testículos estão sempre lúcidos. Que o móbil não seja mais que bizarria grotesca, aveludada no pântano das possibilidades. No deitar das sortes reencontro a inocência e a espontaneidade dos jogos de infância, a virgem e o absoluto.
Adolfo Luxúria Canibal
Thursday, May 08, 2014
Wednesday, May 07, 2014
edição
Era tão bom se a pessoa pudesse editar a vida! Dizer assim: esta pessoa tscctsccc [gesto de tesoura], esta viagem tscc tscc. Poder ganhar três anos perdidos, ou os minutos gastos a ler livros que eram uma merda, ou a falar com pessoas que não interessam e que não estão interessadas em nós. Tenho 58 anos, mas, em tempo perdido, devo ter praí uns 25...
Wednesday, April 30, 2014
Friday, April 25, 2014
cair o carmo e a trindade
Durante tanto tempo a ideia de ti não deixava nada de pé. Bastava um vislumbre para que se instalasse o caos. A falta de razões é devastadora.
A multidão ainda não te torna invisível mas hoje não foi mais do que uma oscilação. Estás pequeno, tens a barba desmazelada, perdeste o brilho.
Wednesday, April 23, 2014
Tuesday, April 22, 2014
Monday, April 21, 2014
Friday, April 18, 2014
Monday, April 07, 2014
Wednesday, April 02, 2014
Sunday, March 30, 2014
Saturday, March 29, 2014
Wednesday, March 26, 2014
Tinhas razão, as recordações não sobrevivem à falta de amor. Só te vejo as fraquezas, as incoerências de carácter: o perfeccionista que se esquece do óbvio; o intelectual incapaz de perceber o sofrimento do outro; o cobarde capaz de sacar das garras de manipulador. E sou eu quem anda de olhos postos no chão.... devíamos ter vergonha! e algum orgulho também.
Saturday, March 22, 2014
Friday, March 21, 2014
Thursday, March 20, 2014
Thursday, March 13, 2014
Tuesday, March 11, 2014
24
nãovoudeixarqueaansiedademevençanãovoudeixarqueaansiedademevençanãovoudeixarqueaansiedademevençanãovoudeixarqueaansiedademevençanãovoudeixarqueaansiedademevençanãovoudeixarqueaansiedademevençanãovoudeixarqueaansiedademevençanãovoudeixarqueaansiedademevençanãovoudeixarqueaansiedademevençanãovoudeixarqueaansiedademevençanãovoudeixarqueaansiedademevençanãovoudeixarqueaansiedademevençanãovoudeixarqueaansiedademevençanãovoudeixarqueaansiedademevençanãovoudeixarqueaansiedademevençanãovoudeixarqueaansiedademevençanãovoudeixarqueaansiedademevençanãovoudeixarqueaansiedademevençanãovoudeixarqueaansiedademevençanãovoudeixarqueaansiedademevençanãovoudeixarqueaansiedademevença.
Sunday, March 09, 2014
Thursday, March 06, 2014
Wednesday, March 05, 2014
stripped
Will you miss me when I burn
And will you eye me with a longing?
It is longing that I feel
To be missed for, to be real
Bonnie 'Prince' Billy
Friday, February 28, 2014
"the carnival drums all mad in the air"
Across clinical benches with nothing to talk
Breathing tea and biscuits and the Serenity Prayer
While the bones of our child crumble like chalk
O where do we go now but nowhere
Nick Cave
Wednesday, February 26, 2014
Sunday, February 23, 2014
if it's not asking too much...
Heaven please send to all mankind,
Understanding and peace of mind.
And if it's not asking too much
Please send me someone to love.
Percy Mayfield
[versão de Bill Callahan]
Understanding and peace of mind.
And if it's not asking too much
Please send me someone to love.
Percy Mayfield
[versão de Bill Callahan]
Friday, February 21, 2014
Limited capacity
I painted myself into a corner again
Because I didn't like the colour of my floors
After you walked all over them
But I've got a limited capacity
Yeah I've got a limited capacity
And I'll paint my floors again
I'm sure I'll paint my floors again
Bill Callahan
Thursday, February 20, 2014
Monday, February 17, 2014
Sunday, February 16, 2014
Friday, February 14, 2014
Thursday, February 13, 2014
Wednesday, February 12, 2014
Viver sempre também cansa!
O sol é sempre o mesmo e o céu azul
ora é azul, nitidamente azul,
ora é cinza, negro, quase verde...
Mas nunca tem a cor inesperada.
O Mundo não se modifica.
As árvores dão flores,
folhas, frutos e pássaros
como máquinas verdes.
As paisagens também não se transformam.
Não cai neve vermelha,
não há flores que voem,
a lua não tem olhos
e ninguém vai pintar olhos à lua.
Tudo é igual, mecânico e exacto.
Ainda por cima os homens são os homens.
Soluçam, bebem, riem e digerem
sem imaginação.
E há bairros miseráveis, sempre os mesmos,
discursos de Mussolini,
guerras, orgulhos em transe,
automóveis de corrida...
E obrigam-me a viver até à Morte!
Pois não era mais humano
morrer por um bocadinho,
de vez em quando,
e recomeçar depois, achando tudo mais novo?
Ah! se eu pudesse suicidar-me por seis meses,
morrer em cima dum divã
com a cabeça sobre uma almofada,
confiante e sereno por saber
que tu velavas, meu amor do Norte.
Quando viessem perguntar por mim,
havias de dizer com teu sorriso
onde arde um coração em melodia:
"Matou-se esta manhã.
Agora não o vou ressuscitar
por uma bagatela."
E virias depois, suavemente,
velar por mim, subtil e cuidadosa,
pé ante pé, não fosses acordar
a Morte ainda menina no meu colo...
José Gomes Ferreira
[miminho neozelandês do dia]
O sol é sempre o mesmo e o céu azul
ora é azul, nitidamente azul,
ora é cinza, negro, quase verde...
Mas nunca tem a cor inesperada.
O Mundo não se modifica.
As árvores dão flores,
folhas, frutos e pássaros
como máquinas verdes.
As paisagens também não se transformam.
Não cai neve vermelha,
não há flores que voem,
a lua não tem olhos
e ninguém vai pintar olhos à lua.
Tudo é igual, mecânico e exacto.
Ainda por cima os homens são os homens.
Soluçam, bebem, riem e digerem
sem imaginação.
E há bairros miseráveis, sempre os mesmos,
discursos de Mussolini,
guerras, orgulhos em transe,
automóveis de corrida...
E obrigam-me a viver até à Morte!
Pois não era mais humano
morrer por um bocadinho,
de vez em quando,
e recomeçar depois, achando tudo mais novo?
Ah! se eu pudesse suicidar-me por seis meses,
morrer em cima dum divã
com a cabeça sobre uma almofada,
confiante e sereno por saber
que tu velavas, meu amor do Norte.
Quando viessem perguntar por mim,
havias de dizer com teu sorriso
onde arde um coração em melodia:
"Matou-se esta manhã.
Agora não o vou ressuscitar
por uma bagatela."
E virias depois, suavemente,
velar por mim, subtil e cuidadosa,
pé ante pé, não fosses acordar
a Morte ainda menina no meu colo...
José Gomes Ferreira
[miminho neozelandês do dia]
Tuesday, February 11, 2014
Sunday, February 09, 2014
"sexo sem amor dá vontade de tomar banho por dentro"
"Destestava ser mulher, comenta um pouco a despropósito, 'ainda tinha de aturar um parvo a dizer mentiras, convencido de que era capaz de conquistar uma mulher, quando, na realidade, quem escolhe são elas. E eles, feitos tontos, já foram escolhidos mas não percebem, porque elas são generosas e convencem-nos disso'"
"É tão fácil dizer 'amo-te' e nunca dizemos. E ficamos com a ternura no colo como um bebé, sem saber o que fazer dela."
"Ao fim de três dias, Lobo Antunes dá sinais de inquietação. Tanta atenção, tanta ternura e alegria também cansam. 'Elas abraçam-me'*, consente, 'mas não são abraços apertados.' Está farto de jantar com gente erudita, de conversas existenciais. Apetecia-lhe citar Walt Whitman: 'I like animals because they don't discuss the existence of god.'"
*[referindo-se às anfitriãs da entrega do Prémio Nonino]
"Tenho saudades de Lisboa, tenho saudades do mau gosto, tenho saudades de ouvir dizer 'esta gaja é tão boa'. E o poder de síntese desta frase, já viu?"
in Três irmãs, a 'nona' e uma garrafa de grappa, Visão nº 1091
Tuesday, February 04, 2014
Sunday, February 02, 2014
Orpheus
Standing firm on this stony ground
The wind blows hard
Pulls these clothes around
I harbour all the same worries as most
The temptations to leave or to give up the ghost
I wrestle with an outlook on life
That shifts between darkness and shadowy light
I struggle with words for fear that they'll hear
But Orpheus sleeps on his back still dead to the world
David Sylvian (*)
The wind blows hard
Pulls these clothes around
I harbour all the same worries as most
The temptations to leave or to give up the ghost
I wrestle with an outlook on life
That shifts between darkness and shadowy light
I struggle with words for fear that they'll hear
But Orpheus sleeps on his back still dead to the world
David Sylvian (*)
Friday, January 31, 2014
xeque
(há dias que parecem existir para nos lembrar que não somos jogadores: que não soubemos apostar ou que desistimos tarde demais.)
Thursday, January 30, 2014
inaptos
"Mais uma vez, agradeço-te pela generosidade."
e o que faço eu com isso? diz-me, de que adianta a gratidão de um morto?
e o que faço eu com isso? diz-me, de que adianta a gratidão de um morto?
Wednesday, January 29, 2014
wanted nothing but...
unfucktheworld - 00:00-02:30
I started dancing
Here's to thinking that it all meant so much more
I
I wanted nothing but for this to be the end
For this to never be a tied and empty hand
If all the trouble in my heart would only end
I lost my dream
It's not just me for you I have to look out too
I have to save my life
I need some peace of mind
I am the only one now
I am the only one now
I am the only one now
(...)
Angel Olsen
Monday, January 27, 2014
Sunday, January 26, 2014
Saturday, January 25, 2014
366 + 365
Foi uma pena não teres ficado no capítulo do memorável. Tenho até dificuldade em admitir que exististe: quase não há provas ou registo nas memórias. Não fosse pela cicatriz, seria(s) um passado sem rasto.
Wednesday, January 22, 2014
Quando apagam a luz do quarto a noite deita-se em cima do meu corpo, de mistura com os passos no corredor que se transforma num espaço infinito de ecos e, às vezes, dos pezinhos da tristeza que, não sei como, chegou ao pé da cama e pode ser que me lamba uma das mãos, cortando-me, como uma faca, o medo pelo meio, eu tão sozinho, tão indefeso, tão frágil. Serei merecedor, quando for grande, de ter comigo o sol da manhã, o cheiro do pão quente, as lagartixas no quintal? Esta tristeza, assim mansa, permanecerá comigo? Deus, faz com que eu não cresça, não tires as lagartixas nem o sol da minha vida.
António Lobo Antunes, Crónica escrita por mim hoje às onze horas quando tive 6 anos, Visão nº 1090
António Lobo Antunes, Crónica escrita por mim hoje às onze horas quando tive 6 anos, Visão nº 1090
Monday, January 13, 2014
R.E.M. sleep
Começaram por ser violentíssimos. As minhas mãos na tua camisa verde, um verde velho, gasto. Sentia o tecido enraivecido a segurar o teu corpo enquanto as palavras de gelo se desfaziam no teu sorriso absolutamente irreal.
No verão, a luz suave através dos cortinados, numa sucessão pouco habitual de janelas. Ao cimo das escadas de madeira, relaxado, contavas na tua voz mansa, como tudo estava perfeito... não pude evitar que estas mãos te agredissem e empurrassem. Vi-te sobreviver à queda, sem um arranhão.
E agora voltas, improvável, doce, reclamando o cadáver.
A surpresa é absoluta, pelo menos a violência era compreensível.
(12/2013)
No verão, a luz suave através dos cortinados, numa sucessão pouco habitual de janelas. Ao cimo das escadas de madeira, relaxado, contavas na tua voz mansa, como tudo estava perfeito... não pude evitar que estas mãos te agredissem e empurrassem. Vi-te sobreviver à queda, sem um arranhão.
E agora voltas, improvável, doce, reclamando o cadáver.
A surpresa é absoluta, pelo menos a violência era compreensível.
(12/2013)
Sunday, January 12, 2014
Wednesday, January 08, 2014
Sunday, January 05, 2014
Saturday, January 04, 2014
Subscribe to:
Posts (Atom)